domingo, 10 de janeiro de 2016

Enem - Cartografia

Segundo ABNT, a “arte ou ciência de levantamento , construção e edição de mapas e cartas de qualquer natureza” recebe a denominação de Cartografia.

1. RECURSOS UTILIZADOS PARA ELABORAÇÃO DE MAPAS
- Aerofotogrametria
- Sensoriamento remoto
- Geoprocessamento (GIS- sistema de informações geográfica)
- Para obter o sucesso é preciso complementar o trabalho com  dados obtidos em uma pesquisa de campo no local fotografado.

1.1. AEROFOTOGRAMETRIA 
É a elaboração de cartas através de fotografias aéreas.

Avião utilizado na aerofotogrametria
Técnica de aerofotogrametria
1.1.1. ESTEREOSCÓPIO
Instrumento que permite a observação simultânea, através de uma objetiva binocular, de duas imagens de um objeto, obtidas com ângulos ligeiramente diferentes, produzindo a sensação de relevo, de terceira dimensão. 

Estereoscópio
1.2. SENSORIAMENTO REMOTO (SR)
É um conjunto de técnicas e procedimentos que permite monitorar um objeto ou região sem ter contato físico com ele. Nesse sentido, um vôo aerofotogramétrico, uma imagem de satélite ou uma imagem gerada por um drone/VANT são insumos do SR.

Como funciona o satélite

Imagem de satélite

1.3. GEOPROCESSAMENTO
É o conjunto de tecnologias que permite a coleta de dados e a análise de informações sobre determinado tema. Essas tarefas são executadas pelo GIS. O GIS permite a superposição e o cruzamento de informações. Sua principal característica é integrar, em uma única base, informações diversas (imagens, dados cartográficos, dados de censo, etc.), de forma que seja possível consultar, analisar e comparar as informações, além de produzir mapas. É o uso integrado do sensoriamento e o GIS.
Geoprocessamento

2. FORMAS DE REPRESENTAR A TERRA
Melhor forma de representar o planeta




3. TIPOS DE MAPAS

3.1. MAPA FÍSICO
Representa aspectos naturais/físicos do local mapeado, como por exemplo: a vegetação, o clima, o relevo, dentre outros.


3.2. MAPA HUMANO
Representa aspectos humanos/antrópicos do local mapeado, como por exemplo: migrações, divisão política, renda per capita, dentre outros.

4. O QUE SÃO AS PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS?
Os sistemas de projeções constituem-se de uma fórmula matemática que transforma as coordenadas geográficas, a partir de uma superfície esférica, em coordenadas planas, mantendo correspondência entre elas.

O uso deste artifício geométrico das projeções consegue reduzir as deformações, mas nunca eliminá-las.


Os paralelos são linhas imaginárias que contornam a Terra paralelamente à Linha do Equador, que “corta” a Terra ao meio, ocasionando a divisão entre os hemisférios (meia esfera) norte e sul. Os paralelos mais conhecidos são o Trópico de Câncer e o Trópico de Capricórnio. Através dos paralelos podemos determinar a latitude dos lugares.



Os meridianos são linhas imaginárias que contornam a Terra passando pelos pólos. O principal meridiano é o de Greenwich que divide a Terra em hemisférios leste e oeste. Através dos meridianos podemos determinar as longitudes dos lugares.



Planisfério Terrestre

4.1. TIPOS MAIS COMUNS DE PROJEÇÕES
A maioria dos mapas é feita a partir da projeção dos meridianos e paralelos curvos da esfera terrestre numa das figuras geométricas abaixo.

a) PROJEÇÃO CILÍNDRICA
Na projeção cilíndrica, a superfície terrestre é projetada sobre um cilindro tangente ao elipsóide que então é longitudinalmente cortado e planificado.


Nesta projeção os meridianos e os paralelos são linhas retas que se cortam em ângulos retos. Nela as regiões polares aparecem muito exageradas. Os mapas-múndi são feitos em projeções cilíndricas.


b) PROJEÇÃO CÔNICA
Na projeção cônica, a superfície terrestre é projetada sobre um cone tangente ao elipsóide que então é longitudinalmente cortado e planificado.


Nesta projeção os meridianos convergem para os pólos e os paralelos são arcos concêntricos situados a igual distância uns dos outros. São utilizados para mapas de países de latitudes médias.




c) PROJEÇÃO AZIMUTAL
São projeções sobre um plano tangente ao esferóide em um ponto. No tipo normal (ou polar), o ponto de tangência representa o pólo norte ou sul e os meridianos de longitude são linhas retas radiais que partem deste ponto enquanto paralelos de latitude aparecem como círculos concêntricos. 

A distorção no mapa aumenta conforme se distancia do ponto de tangência. Considerando que distorção é mínima perto do ponto de tangência, as projeções azimutais são apropriadas para representar áreas que têm extensões aproximadamente iguais nas direções norte-sul ou leste-oeste.
Projeção Azimutal Centrada na Cidade de São Paulo


4.2. CARACTERÍSTICAS DAS PROJEÇÕES
Eqüidistantes – mantém as distâncias lineares (a partir de um centro), mas apresentam distorções nas áreas e nas formas.
Equivalentes – apresentam formas distorcidas, mas as áreas mantém o mesmo valor da área real (as formas ficam prejudicadas).
Conformes – procuram manter os ângulos, conservando assim as formas terrestres (mas apresentam distorções nas áreas).


4.3. PROJEÇÃO DE MOLLWEIDE

Também chamada de projeção de Aitoff – é uma projeção cartográfica elaborada no ano de 1805 pelo astrônomo e matemático alemão Karl Mollweide (1774-1825), muito utilizada para a elaboração de mapas-múndi atualmente.
A projeção elaborada por Mollweide é do tipo equivalente, ou seja, conserva o tamanho das áreas, mas altera as suas formas. Dessa forma, assim como toda projeção cartográfica, ela apresenta algumas distorções, que aumentam à medida que se afastam do ponto central representado.
Assim, ele construiu uma projeção em que os paralelos eram linhas retas e os meridianos eram linhas curvas, ao contrário do que fizera Mercator, em que as linhas e os paralelos eram igualmente retos. No trabalho realizado por Mollweide, a Terra ganhou uma projeção elíptica com uma exata proporção com a área real da esfera terrestre, tendo os polos mais achatados e as zonas centrais mais exatas.


4.4. PROJEÇÃO DE GOODE

Projeção Descontínua de Goode, também conhecida como Projeção Interrompida de Goode, é uma projeção cartográfica elaborada pelo cartógrafo e geógrafo estadunidense John Paul Goode (1862-1932), em 1916, sendo do tipo cilíndrico e caracterizada por apresentar um mapa-múndi visivelmente deformado em função de “cortes” existentes em áreas oceânicas.

Entre as vantagens dessa projeção, podemos citar a sua utilização para a produção de mapas temáticos concernentes a fenômenos estritamente terrestres, como a distribuição de indústrias e a distribuição das grandes cidades pelo mundo. Entre as desvantagens estão a impossibilidade de se calcular distâncias intercontinentais, representar áreas oceânicas e polares, bem como visualizar toda a massa terrestre em conjunto.


4.5 DIFERENTES VISÕES DO “MUNDO"

MERCATOR X PETERS

n  São os mapas-múndi mais usados.
n  Ambos feitos a partir de projeções cilíndricas.

MERCATOR (1569)            
- Excelente para a navegação.
- É uma cilíndrica conforme.
- Perfeita nos ângulos e formas.
- Distorcido nas áreas, com as terras próximas ao Pólos (elevadas latitudes) desproporcionalmente maiores.
- Coloca a Europa no centro do mapa (Eurocentrismo). 

PETERS (1973)

- Cilíndrica equivalente.
- Perfeito nas áreas (o tamanho de cada nação ou continente)
- Distorcido nos ângulos e formas
- África no centro
  
Propostas de Peters:

1. Valorização do mundo subdesenvolvido, mostrando sua área real.
2. Ressaltar a idéia que por trás de cada mapa, sempre existe um conteúdo Político-Ideológico. 

4.6. OUTRAS VISÕES DE MUNDO

Mundo visto dos EUA

Mundo visto do Japão

Mundo visto do Sul
Mundo visto da Oceania

Observando o Brasil com os próprios olhos


Brasil orientado para o sul

5. ANAMORFOSES
- São mapas esquemáticos, sem escala cartográfica.
- São representações em que as áreas sofrem deformações matematicamente calculadas, tornando-se diretamente proporcionais a um determinado critério que se está considerando.

Vejamos exemplos:

INVESTIMENTOS EM PESQUISA EM 2000


PIB DAS UFs EM 1990


*Material Utilizado nas aulas de Cartografia nas turmas do Pré-Enem do Curso Mérito.

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