sexta-feira, 8 de julho de 2016

Relevo brasileiro

O relevo brasileiro possui grandes variações regionais, sendo constituído por planaltos, depressões e planícies.


Chapada Diamantina
O relevo corresponde às diferentes formas da superfície terrestre, que se diferenciam conforme a estrutura geológica em que se originaram e os agentes de formação e transformação do relevo que influenciaram a sua composição e evolução. Esses elementos definem as principais características do relevo de uma determinada área e são fundamentais para a sua identificação e classificação.
relevo brasileiro formou-se a partir de estruturas geológicas compostas, principalmente, por formações sedimentares recentes e estruturas vulcânicas e cristalinas de idade muito antiga. Seu processo de formação e transformação foi muito influenciado pelos fatores exógenos, ou seja, pelos agentes formadores e modeladores do relevo que atuam na superfície do planeta Terra.
Além disso, a sua formação não foi impactada pela grande movimentação tectônica ocorrida no Período Terciário, entre 65 e 1,5 milhões de anos atrás, que foi responsável pela formação de dobramentos modernos, como os Andes ou o Himalaia. Em consequência de seu processo de formação, o relevo brasileiro caracteriza-se pelo predomínio de áreas de médias e baixas altitudes, já que no Brasil não houve a formação de dobramentos modernos e os escudos cristalinos mais elevados foram desgastados pelos agentes modeladores do relevo.

Ao longo da evolução dos estudos geográficos sobre o território brasileiro, o relevo do país apresentou diversas classificações, que levavam em consideração diferentes fatores e a tecnologia disponível na época. A classificação mais antiga foi proposta pelo autor Aroldo de Azevedo, em 1940, e dividiu o relevo brasileiro de acordo com o seu perfil topográfico.
Nessa classificação, o país foi dividido em oito compartimentos do relevo: quatro planaltos (áreas com altitudes superiores a 200 m), que ocupavam cerca de 59% do território brasileiro, e quatro planícies (áreas com altitudes de até 200 m), que correspondiam a cerca de 41% do território nacional. 
Na década de 1970, Aziz Nacib Ab'Saber publicou uma nova classificação do relevo, que possuía uma maior aproximação com os pressupostos da Geomorfologia e dividia o relevo a partir da sua formação e características. Para Ab'Saber, o país estava dividido em dez compartimentos, sendo sete planaltos e três planícies.
Atualmente, a classificação do relevo mais aceita na Geografia é a proposta por Jurandyr Ross, que se baseou nos estudos geomorfológicos do Brasil realizados até aquele momento (1995), principalmente nas obras de Aziz Nacib Ab'Saber e no projeto RadamBrasil, que realizou um levantamento e mapeamento sistemático dos recursos naturais brasileiros com o auxílio de imagens aéreas. Essa classificação utilizou como critérios o processo de formação das formas de relevo, o nível altimétrico e a estrutura geológica do terreno. 

De acordo com essa classificação, o relevo brasileiro pode ser dividido em 28 unidades, sendo elas áreas de:
·                Planaltos: Áreas de médias a altas altitudes, com superfícies irregulares e predomínio de processos de erosão. De acordo com essa classificação, as áreas de planalto no Brasil constituem onze unidades do relevo: Planalto da Amazônia Oriental, Planalto da Amazônia Ocidental, Planalto e Chapadas da Bacia do Parnaíba, Planalto e Chapadas da Bacia do Paraná, Planaltos Residuais Norte-amazônicos, Planaltos Residuais Sul-amazônicos, Planaltos e Chapadas dos Parecis, Planalto da Borborema, Planalto sul-rio-grandense, Planalto e Serras do Atlântico Leste, Planaltos e Serras de Goiás-Minas, Serras Residuais do Alto Paraguai.
·                Planícies: Superfícies, geralmente planas e de baixa altitude, formadas a partir do acúmulo de sedimentos de origem marinha, lacustre ou fluvial. Segundo essa classificação, o país possui seis áreas de planície: Planície do Rio Amazonas, Planície do Rio Araguaia, Planície e Pantanal do Rio Guaporé, Planície e Pantanal do Rio Paraguai ou Mato-grossense, Planície das Lagoas dos Patos- Mirim, Planícies e Tabuleiros Litorâneos.
·                Depressões: Áreas formadas a partir de processos erosivos nas áreas de contato entre as bacias sedimentares (material menos resistente) e os maciços cristalinos (material mais resistentes). Nessa classificação, o Brasil possui onze unidades de depressões: Depressões Marginal Norte-amazônica, Depressão Marginal Sul-amazônica, Depressão do Araguaia, Depressão Cuiabana, Depressão do Alto do Paraguai-Guaporé, Depressão do Miranda, Depressão Sertaneja e do Rio São Francisco, Depressão do Tocantins, Depressão Periférica da Borda Leste da Bacia do Paraná e Depressão Periférica Sul-rio-grandense.

É importante ressaltar ainda que, de acordo com as três classificações apresentadas neste texto, não existem montanhas ou cadeias de montanhas no território brasileiro. Isso porque, como não houve a formação de dobramentos modernos no Brasil, os picos mais elevados do território brasileiro (Pico da Neblina, Pico 31 de Março, Pico da Bandeira etc.) não teriam se originado desse tipo de estrutura geológica, não podendo, portanto, ser classificados como montanhas.

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