segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Pesquisadores e Greenpeace divulgam primeiras fotos de corais da Amazônia

Pesquisadores de diversas universidades brasileiras e a organização não governamental Greenpeace divulgaram hoje (30) as primeiras imagens do recife de corais da Amazônia. Uma embarcação saiu do Porto de Santana, no Amapá, em direção à foz do Rio Amazonas, onde está o recife de corais, esponjas e rodolitos de 9,5 mil quilômetros quadrados (km²) – uma área 20% maior que a região metropolitana de São Paulo.
Corais
Com o auxílio de um submarino, a ong Greenpeace e pesquisadores que anunciaram a descoberta dos corais, em abril do ano passado, fizeram uma expedição desde o dia 24 com o objetivo de observar, pela primeira vez, o recife e alertar sobre os perigos da exploração de petróleo na região.
Localização dos corais
O navio ficou em Macapá e depois seguiu para Oiapoque, a 590 quilômetros de Macapá. A barreira de corais está localizada a 100 quilômetros da costa do Parque Nacional do Cabo Orange, numa área que compreende o litoral da Guiana Francesa até a costa do estado do Maranhão.
Mini-submarino utilizado na expedição
“O objetivo da campanha [Defenda os Corais da Amazônia] é defender os corais da Amazônia. Esses corais são um novo bioma, um bioma único no mundo, porque eles estão localizados em uma região, uma área onde não se pensava possível a existência de corais como esses. E esse novo bioma já nasce ameaçado”, disse Thiago Almeida da Campanha de Energia do Greenpeace.
Navio Esperanza
Segundo Almeida, a perfuração e exploração de petróleo na região pode começar ainda este ano e “toda atividade petrolífera traz consigo o risco de um derramamento de petróleo”. Ele disse que, em caso de um vazamento, não só os corais estariam ameaçados, mas as comunidades tradicionais da região, incluindo pescadores, extrativistas, quilombolas e indígenas, que dependem da costa brasileira para sobreviver, seriam gravemente afetados.
No sábado (28), o submarino foi lançado do navio Esperanza com o cientista da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Fabiano Thompson, e Kenneth Jozeph Lowick, do Greenpeace da Bégica. O cientista da UFRJ liderou o grupo de cientistas que descobriu o recife de corais na foz do Rio Amazonas.

Fontes:
http://istoe.com.br/pesquisadores-e-greenpeace-divulgam-primeiras-fotos-de-corais-da-amazonia/?utm_source=terra&utm_medium=home&utm_campaign=parceiro
http://selesnafes.com/2017/01/submarinos-fotografam-barreira-de-corais-no-ap/


RECIFES COM RICA BIODIVERSIDADE SÃO ENCONTRADOS NA FOZ DO RIO AMAZONAS.

Pesquisadores de diversas universidades brasileiras encontraram um enorme conjunto de recifes na foz do rio Amazonas, abaixo de uma pluma de sedimentos. Ele se estende por cerca de 700 quilômetros do Maranhão à Guiana Francesa, numa profundidade que varia de 60 a 150 metros, e apresenta uma rica biodiversidade.
Os recifes são formações rochosas construídas, principalmente, de corais e algas calcárias. O tamanho desse ecossistema chamou a atenção dos cientistas, mas o que mais impressionou foi a localização.
“Existe uma ideia, que agora está sendo meio abandonada, de que nas desembocaduras de grandes rios que levam muita água doce e partículas em suspensão, devido à baixa penetração de luz, não teria condição de os organismos que formam o recife se desenvolverem. A grande sacada desse trabalho é encontrar uma estrutura tão grande numa área onde se acreditava não existir condição de luz para o surgimento desses organismos”, explica o geólogo e professor no Instituto de Oceanografia da USP, Universidade de São Paulo, Michel Mahiques.
Inédito
Para ele, é o primeiro recife no mundo a ser descoberto nessas condições. Ele teria se formado entre 12 mil e 14 mil anos atrás, o que é considerado muito recente na geologia. Nesse ecossistema podem ser encontradas espécies desconhecidas como esponjas gigantes com até dois metros de diâmetro pesando até 100 quilos.
“Na verdade, é um ecossistema todo baseado na falta de luz. Então, existem microorganismos que sintetizam alimento para outros organismos. Foram encontradas algas calcárias, algumas espécies de coral, até peixes e organismos maiores que dependem desse processo que a gente chama de quimiosíntese (que não necessita de luz para se desenvolver)”, conta o pesquisador.

O geólogo informou que a equipe de pesquisadores pretende voltar ao local para continuar o mapeamento da área do recife. Até o momento, em duas expedições ao local, foram mapeados apenas 15% do ecossistema. O levantamento total da área pode levar cerca de três meses. A meta é utilizar um navio oceanográfico que permite uma boa visão do fundo do rio. A descoberta - inédita de cientistas brasileiros - foi divulgada na revista científica americana Science.

http://agenciabrasil.ebc.com.br/pesquisa-e-inovacao/noticia/2016-05/recifes-com-rica-biodiversidade-sao-encontrados-na-foz-do-rio