O Estado do Amapá planta atualmente 14 mil hectares com soja e colhe
38 mil toneladas, números tão pequenos que nem ao menos aparecem nos
levantamentos de safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Mas essa realidade está prestes a mudar. Com a inauguração de um
terminal de grãos no porto de Santana, localizado no sudeste do Estado, a
região deve atrair investidores interessados em abrir outros 400 mil
hectares para a semeadura da oleaginosa na região.
Quando o navio adentrou o porto de Santana na manhã desta
quinta-feira (08/09/16), não demorou a receber a sua primeira carga de soja no
terminal de grãos recém-inaugurado. Ao todo foram embarcados 25 mil
toneladas do cereal, produzidos ali mesmo no estado, montante que
representa quase 66% de toda a produção do Amapá da safra 2016/2017,
colhida em setembro. “Isso é um marco histórico para o Amapá”, comemora o
presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado do
Amapá (Aprosoja-AP), Daniel Sebben. “Esse terminal graneleiro representa
um divisor de águas na agricultura do Estado.”
Navio no porto de Santana |
Sebben conta que a ideia inicial do empreendimento era atender a
demanda por transporte portuário dos produtores de soja e milho do Mato
Grosso, de Sorriso, Sinop e região Norte do estado. Segundo estimativas
realizadas pela Aprosoja-AP a economia no valor do frete destas regiões
até o porto de Santana pode superar a casa dos 20%. “Agora boa parte da
produção que era exportada pelos portos de Santos e Paranaguá podem vir
para o Amapá e gerar uma economia de 20% pelos menos”, reitera Sebben.
O transporte será realizado através da rodovia BR 163 até o município de Itaituba, no Pará e depois segue de balsa pela Hidrovia Tapajós Amazonas até o Porto de Santana. “Além de ajudar os produtores de Mato Grosso, o porto incentivará uma grande expansão da agricultura do Amapá”, afirma o executivo.
O transporte será realizado através da rodovia BR 163 até o município de Itaituba, no Pará e depois segue de balsa pela Hidrovia Tapajós Amazonas até o Porto de Santana. “Além de ajudar os produtores de Mato Grosso, o porto incentivará uma grande expansão da agricultura do Amapá”, afirma o executivo.
Ao que parece esse movimento de expansão já começou, e a perspectiva
para a safra de soja 2017/2018, a área passe dos atuais 14 mil hectares
para pouco mais de 22 mil. O estado possui aproximadamente 400 mil
hectares de cerrado para futuras aberturas e expansão, com outros 600
mil para reserva legal. “São áreas com solo zerado, que precisam ser
trabalhados e corrigidos. Entretanto nossa produtividade em áreas novas
supera as 40 sacas por hectare”, relembra.
Já a expansão total só deve acontecer em cinco anos, depois da
abertura das áreas, adaptação de cultivares para a região e adequação do
calendário de plantio. “Estamos estudando adiantar a safra de soja,
para produzir duas safras. Hoje, cobrimos a área com braquiária, milheto
etc, na primeira safra e só depois colocamos a soja.”, conta ele.
“Neste próximo ano já faremos algumas áreas de teste adiantando a soja e
vendo como será o desenvolvimento.”
Matéria publicada no site Soja Brasil
http://www.projetosojabrasil.com.br/amapa-a-nova-fronteira-agricola-do-pais/
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