Os vários
projetos, com as respectivas áreas necessárias para sua execução
(excetuando-se as áreas de proteção, estradas, vilas e outras benfeitorias),
estão descritas a seguir:
1 -
Projeto Florestal
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1.1 -
Plantações e Pesquisas
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Para garantir
o suprimento contínuo de madeira para as fábricas de polpa, papel,
laminados e serrarias, seriam necessários 200 mil hectares de florestas de
Gmelina e Pinus, essências já testadas para estas finalidades. Foi
elaborado um plano cuja execução deveria ocorrer em duas fases. Para
pesquisa da área florestal, foi considerada uma área de 1% da área com
floresta (2.000 hectares), perfazendo 202.000 hectares para a plantação e
pesquisa. Não estavam incluídas outras áreas ocupadas com estradas, faixas
de proteção, pátios de armazenamento de madeira, alojamentos, etc.
|
1.2 -
Sementeira e Viveiro
|
A Jari
possuia, hoje não se sabe ao certo se ainda existe, o maior viveiro
do mundo, produzindo anualmente de trinta a trinta e cinco milhões de mudas
florestais anualmente, sendo em maior quantidade a Gmelina arborea
(pertencente à família das berbenáceas) e Pinus caribaea (varieda de
hondurensis).
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Para a
produção de mudas atender ao Projeto Florestal, seriam necessárias as
seguintes áreas:
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Viveiro para Gmelina
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60ha
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Viveiro para Pinus
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20ha
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Viveiro para outras espécies
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20ha
|
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Área
total de viveiro
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100ha
|
|
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1.3 -
Faixas de Proteção
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As
faixas de proteção da mata nativa, de 100 a 200 metros de largura, seriam
situadas entre áreas plantadas com Gmelina ou Pinus. A finalidade era
servir de refúgio aos animais, proteger os igarapés e a própria plantação
contra incêndios e pragas que porventura surgissem em outras áreas. Foi
estimado que entre faixas estreitas e larga a área teria aproximadamente 20
mil hectares.
|
2 -
Pecuária
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2.1 -
Bovinocultura
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Considerando
que em 1974 estávamos abatendo 1200 cabeças de gado por mês para a
subsistência de 30 mil pessoas, foi previsto que em 1990, com os projetos
em fase operacional, teríamos uma população em torno de 80 mil pessoas,
demandando o abate de 3200 cabeças mensais, o que totalizaria 38.400
cabeças/ano. A fim suprir esta necessidade, precisaríamos de um rebanho de
100 mil reses. Este rebanho bovino teria suas pastagens entre a floresta de
Pinus, assunto que constituirá capítulo à parte neste projeto.
|
2.2 -
Bubalinocultura
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A Jari
não tinha o mesmo interesse na criação de búfalos, comparada com a criação
de bovinos. Porém existiam áreas propícias para a criação da espécie
nas várzeas. Foram previstas áreas suficientes para a criação de 40 mil
cabeças de búfalos. Considerava-se também áreas necessárias para matadouro,
pocilga (previsto plantel de 5 mil porcos, com abate mensal de 800
animais), currais, marombas, ect, num total de 94 mil hectares, sendo 54
mil hectares no Pará e 40 mil hectares no então Território Federal do
Amapá.
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2.3 -
Animais de serviço (equinos e muares)
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Estes
animais seriam criados para finalidades diversas, mas a principal seria a
de arregimentação de rebanhos.
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3 -
Projeto Arroz
|
O
projeto previa uma plantação de 14 mil hectares, que poderai ser ampliada,
segundo as necessidades nacionais e mundiais. Para este projeto, incluindo
a área das vilas de São Raimundo, e ainda depósitos, secadores e diques, a
área necessária seria de aproximadamente 20 mil hectares.
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4 -
Outras Culturas
|
Outras
culturas como o Dendê, Banana etc poderiam ocupar 74 mil hectares de áreas
cultiváveis no Amapá. Esta previsão incluía mais de 6 mil hectares de
faixas de matas nativa, com 100 a 200 metros de largura, perfazendo um
total de 80 mil hectares para estas atividades.
|
5 -
Hortigranjeiros
|
A fim de
abastecer a população das áreas dos projetos com frutas, aves, ovos e
verduras, seriam necessários cultivos agrículas e granjas, que ocupariam
área aproximada de 1500 hectares, incluindo também instalações como
depósitos, abatedouros e galpões para máquinas agrículas.
|
6 - Área
Industrial
|
Seria
necessário uma área de 500 hectares para instalar todas as indústrias de
polpa, papel, laminado, serrarias e beneficiamento de caulim, incluindo
escritórios, aumoxarifados, depósitos de matéria prima e produtos
industrializados, restaurantes, alojamentos, pátio de estocagem de madeira
e cavacos, terminais ferroviários etc.
|
7 -
Jazidas de Caulim
|
Á área
ocupada pelas jazidas de Caulim, exploradas pela "Cadam - Caulim da
Amazônia", era de 10 mil hectares aproximadamente, incluindo
instalações na área denominada "Felipe", no Amapá.
|
8 -
Monte Dourado
|
Esta
cidade, que na época deveria ter 3 mil habitantes, era a sede dos projetos
e deveria alcançar no ano de 1990 uma população de aproximadamente 30 mil
habitantes. Para comportar toda a infra-estrutura necessária, seriam
necessários aproximadamente 1200 hectares. Está área já era efetivamente
ocupada com residências, comércios, escolas, hospital, supermercado,
igrejas, estação de tratamento d'água, estação de recuperação ou tratamento
de rejeito, área de lazer, recreação, clubes etc.
|
9 -
Silvivilas e Vilas
|
A
plantação de 1200 hectares, para ser manejada e administrada racional e
eficientemente, seria dividida em 10 blocos de aproximadamente 20 mil
hectares cada um. Cada bloco teria seus próprios supervisores e executores.
Para abrigar toda a mão-de-obra necessária à execução das operações de
manejo desse bloco, deveria existir, de preferência próximo ao seu centro,
uma Silvivila. Naquela época já existia duas implantadas, abrigando o
pessoal dos respectivos blocos.
|
Com 750
casas, as Silvivilas abrigariam engenheiros florestais, administradores,
assistentes sociais, visitadores sociais, médicos, enfermeiros, capatazes,
motoristas, operadores e trabalhadores com suas familias. Nas Silvivilas
existiriam escolas, supermercados, centros comunitários, postos médicos,
igrejas ecumênicas e comissariado com destacamento policial, além de
recreação, praça de esportes, estação de tratamento de água, ecritório
florestal e de administração comunitária, posto de lubrificação e
abastecimento de veículos e equipamentos motrizes, oficinas para reparos e
manutenção dos equipamentos do bloco. Deveria ter também área suficiente
para acomodar o centro comunitário, a horta e o pomar. Também as casas
teriam que ter quintais que permitissem o cultivo de pequena horta e
jardim, e ainda recreação. Foi estimada para cada casa uma área de
aproximadamente 500 m². As Silvivilas teriam também área para acúmulo de
detritos orgânicos (lagoa séptica). No total cada Silvivila ocuparia área
de 60 ha
|
Nos
projetos localizados no Pará haveria dez silvivilas e no Amapá três,
totalizando treze silvivilas (*) correspondendo a 780 hectares.
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(*) A
título de informação de que se tem notícia, existem hoje apenas duas
silvivilas funcionando com toda a infra-estrutura mencionada, isso se não
fechou ainda.
|
Em seu
conjunto, as áreas para silvivilas totalizariam 1005 hectares.
|
10 -
Vias Terrestres
|
10.1 -
Estradas Principais
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As
estradas principais da Jari ocupam uma faixa de aproximadamente trinta
metros de largura, incluindo acostamento, vala com largura de árvores a
árvore, revestidas com carvalho ou piçarra, o que permite o tráfego pesado
e contínuo durante todo o ano, a qualquer tipo de veículo. Naquela época
eram 600 km (3600 hectares) no Pará e 200km (600 hectares) no Estado do
Amapá. No total seriam 1400km de estradas, ou 4200 hectares
aproximadamente.
|
10.2 -
Estradas Vecinais
|
São
estradas existentes nas áreas plantadas, dividindo-se em pequenas quadras
de aproximadamente 25 hectares. São planejadas e construídas, sempre que
possível, na densidade idela de 5km para cada 100 hectares. Dão acesso a
qualquer ponto das plantações, com largura média de 6,5 metros. Na época já
havia 4 mil km de estradas, o que representava uma área de de 2600
hectares. Quando a empresa atingisse os 274 mil hectares plantados, em
ambos os lados (Pará e Amapá), deveriam totalizar cerca de 13850km,
correspondentes a 8120 hectares.
|
10.3 -
Estradas Secundárias
|
São
estradas do tipo intermediário entre as principais e as vicinais. Permitem
tráfego pesado durante todo o ano, obdecendo a especificações menos
rigorosas que a principal. Destinadas ao escoamento da madeira retirada das
plantações para os pátios de estocagem ou concentração, ao longo da
ferrovia, ou ainda diretamente às fábricas. Seriam construídas à razão de 1
km para cada 60 hectares, com largura de 16 metros, ocupando área de 5333
hectares.
|
10.4 -
Ferrovia
|
Destinada
ao transporte de madeira dos pátios de concentração para a área
industrial, ocupando uma faixa de 50 metros de largura e 220 km de
extensão, o que representaria 1100 hectares. Os nove pátios planejados para
receber a madeira cortada, cada um com 20 hectares, somariam 180 hectares.
Assim, o complexo ferroviário deveria ocupar uma área correspondente a 1300
hectares.
|
Em
números globais, todos os tipos de vias terrestres do projeto somariam
16.733 hectares no Pará e 2310 hectares no Amapá.
|
11 -
Campos de Aviação
|
Já
existiam 3 campos de aviação, que ocupavam área de aproximadamente 220
hectares, incluindo as faixas de aproximação. Outros pequenos campos
deveriam ser construídos para o abastecimento de aeronaves agrícolas, de
adubos, defensivos agrícolas, socorros urgentes, transporte de cargas e
passageiros. No bloco do Pará seriam construídos mais cinco campos
(correspondentes a 50 hectares) e no lado do Amapá dois campos
(correspondendo a 8 hectares cada, ou seja 16 hectares).
|
A área
total teria dez campos de pouso, ocupando aproximadamente 286 hectares.
|
12 -
Portos e Trapiches
|
A
empresa já possuía três portos em Monte Dourado (correspondendo a
aproximadamente 11 hectares), mais três em São Raimundo (com 8 hectares) e
um em Saracura (com 1 hectare). Eram sete portos ocupando uma área de 20
hectares no bloco paraense. No Amapá estava prevista a construção de três
portos, correspondendo a 5 hectares.
|
No total
seriam 10 portos, em área aproximada de 25 hectares.
|
13 -
Rede Elétrica
|
Considerando
a Hidrelétrica da cachoeira de Santo Antônio, no Rio Jari, seriam
necessários aproximadamente 450km de rede de alta tensão para a transmissão
de energia. Paralela a esta rede haveria uma faixa de 50 metros sem
vegetação alta, que pudesse provocar acidentes. Esta faixa representaria
2250 hectares, sendo 1500 no bloco paraense e 750 no Amapá.
|
14 -
Áreas não Aproveitáveis
|
14.1 -
Pântanos e Igapós
|
São
áreas com vegetação constituída de buritizais e terrenos turfosos.
Estimava-se que, dentro da área da Jari, exitissem 100 mil hectares no Pará
e 54855 no Amapá.
|
14.2 -
Riachos e Igarapés
|
Estimava-se
uma área de 1200 hectares no Pará e 145 hectares no Amapá.
|
14.3 -
Afloramento de Rochas
|
A área
estimada era de mil hectares no Pará.
|
14.4 -
Áreas com Relevo Acidentado
|
Estimava-se
que existissem 71093 hectares no bloco do Pará e 134 mil hectares no Amapá
|
O total
de áreas não aproveitáveis era de 173.293 hectares no Pará e 183.192
hectares no Amapá, perfazendo um total de 362.488 hectares.
|
14.5 -
Reserva Florestal
|
Em
obediência à lei e por motivo de natureza ecológica, um mínimo de 50% da
área permaneceria com cobertura de mata nativa. Isso representaria um total
de 817.727 hectares, sendo 493.312 hectares no bloco do Pará e 324.415
hectares no Amapá.
DISCRIMINAÇÃO
|
PARÁ
(ha)
|
AMAPÁ
(ha)
|
TOTAL
(ha)
|
%
|
1 - Projeto Florestal
|
222.100
|
-
|
222.100
|
13,608
|
2 - Pecuária
|
54.000
|
40.000
|
94.000
|
5,759
|
3 - Projeto Arroz
|
20.000
|
-
|
20.000
|
1,225
|
4 - Outras Culturas
|
-
|
80.000
|
80.000
|
4,902
|
5 - Hortigranjeiros
|
1.500
|
-
|
1.500
|
0,092
|
6 - Área Industrial
|
500
|
-
|
500
|
0,031
|
7 - Jazidas de Cualim
|
-
|
10.000
|
10.000
|
0,613
|
8 - Monte Dourado
|
1.200
|
-
|
1.200
|
0,074
|
9 - Silvivilas e Vilas
|
600
|
405
|
1.005
|
0,062
|
10 - Vias Terrestres
|
16.733
|
2.310
|
19.043
|
1,167
|
11 - Campos de Aviação
|
270
|
16
|
286
|
0,017
|
12 - Portos e Trapiches
|
20
|
5
|
25
|
0,001
|
13 - Rede Elétrica
|
1.500
|
750
|
2.250
|
0,138
|
14 - Áreas não Aproveitáveis
|
173.293
|
189.192
|
362.485
|
22,209
|
15 - Reserva Florestal
|
493.312
|
324.415
|
817.727
|
50,102
|
|
TOTAL
|
985.028
|
647.093
|
1.632,121
|
100,000
|
Fonte:
http://www.geocities.ws/CapeCanaveral/Hall/7530/Projetos.htm
|
|
|
|
|
|
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