terça-feira, 26 de junho de 2018

Geografia do Amapá - Cerrado

O cerrado é um ambiente regulado por condições naturais particulares, dentre as quais destacam-se os gradientes climático e pedológico.
No caso particular dos cerrados do Amapá, embora conservem algumas similaridades com os cerrados do planalto central, apresentam características particulares, atribuídas à sua própria história evolutiva no âmbito dos regimes amazônicos. De fato, no conjunto de suas particularidades, algumas são facilmente reconhecíveis, como é o caso de seus padrões florísticos e gradientes físico-químicos do solo. 

Cerrado Parque
Sua identidade fisionômica é dada pela vegetação que se apresenta na forma campestre, marcada por uma flora lenhosa dispersa, com profundas adaptações fisiológicas e morfológicas às condições limitantes do meio físico e às formas de manejos inadequados, via de regra através de queimadas sazonais.
Do ponto de vista fisionômico, é possível definir duas tipologias básicas para esse ambiente: 
· Cerrado arbóreo-arbustivo: tipo florístico marcado pela presença de um estrato lenhoso pouco diversificado e muito sensível a diferenciações locais do meio. Seus representantes arbóreos mais importantes situam-se em torno de 7 a 12 metros de altura e os mais freqüentes são: bate-caixa (Salvertia convalaeodora), sucuúba (Himathanthus articulata) e caimbé (Curatella americana). Outros representantes com portes entre 2 e 7 metros são mais freqüentes e envolvem uma diversidade maior de espécies;
· Cerrado parque: tipo florístico caracterizado pelo domínio do estrato herbáceo com presença de elementos lenhosos dispersos, sem nenhuma relação definida de distância entre si.
O cerrado parque é mais freqüente em áreas de relevo ondulado, ou mesmo em áreas aplainadas ou abaciadas. Neste caso, o excesso de
umidade durante o período chuvoso deve constituir limites ao desenvolvimento de suas espécies lenhosas.

Condição Potencial
O desconhecimento da importância florística do cerrado é um fato. Acontecimentos mais recentes no campo da ecologia brasileira e em particular na amazônica, vêm demonstrando a relevância desse bioma, inclusive para a manutenção da integridade funcional da floresta densa contígua.


Outros acontecimentos dão conta do valor dessa flora como base genética de largo espectro no campo de biotecnologia. De modo mais concreto, ressalta-se que algumas espécies dessa flora vêm sendo quimicamente estudadas em instituições nacionais, apresentando resultados promissores para a quimioterapia humana.
A par disso, acrescenta-se outras espécies e condição particular que podem ser consideradas como potencial da flora desse ecossistema:
· Mangaba (Hanchornia speciosa): frutífera comestível de larga distribuição no cerrado. Todavia, pelo uso extensivo desse ambiente, suas populações encontram-se cada vez mais reduzidas; 
· Barbatimão (Ouratea hexasperma): arbusto ou pequena árvore largamente utilizada na medicina popular. Espécie de alta freqüência no cerrado arbóreo/arbustivo;
· Sucuúba (Himathanthus articulata): árvore largamente utilizada na medicina popular, é encontrada com freqüência no cerrado arbóreo/arbustivo;
· Estrato herbáceo/graminoso: componente típico do cerrado, faz-se presente em ambas as formas florísticas. No cerrado parque, esse componente se apresenta mais adensado e, em geral, aproveitado como pastagem natural.

Fonte: 

MACRODIAGNÓSTICO DO ESTADO DO AMAPÁ
PRIMEIRA APROXIMAÇÃO DO ZEE

COORDENADOR: Benedito Vitor Rabelo

AUTORES: Adalberto do Carmo Pinto, Alandy Patrícia do S. Cavalcante Simas, Antonio Tebaldi Tardin, Aristóteles Viana Fernandes, Benedito Vitor Rabelo, César Bernardo de Souza, Elenilza Maria P. Bentes Monteiro, Francinete da Silva Facundes, José Elias de Souza Ávila, Josiane S. Aguiar de Souza, Luiz Alberto Costa Guedes, Otizete A. de Alencar da Penha, Rosa Maria de Sousa Melo e Valdeci Marques Gibson

NORMALIZAÇÃO: Adelina do S. S. Belém

REVISÃO (VERSÃO EM PDF): Adalberto do C. Pinto/IEPA (Texto, Quadro e Figuras), Jamile da C. da Silva/IEPA (Referências) e Andréa Liliane P. da Silva/EMBRAPA-AP (Referências)

INSTITUIÇÕES COLABORADORAS: EMBRAPA/AP, IBGE/DIPEQ/AP, INPE e UFRJ/LAGET

CONTRIBUIÇÃO: Socorro de Jesus C. de Oliveira, Ulene C. da Silva

EDITORAÇÃO ELETRÔNICA: Amapaz Projetos Sustentáveis LTDA

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