segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Quantos tipos de anarquismos existem? (6)

Que é Anarquismo Cultural?

No que nos diz respeito, definimos anarquismo cultural como a promoção de valores anti-autoritários dentro daquilo que a sociedade tradicionalmente define como "cultura" -- por exemplo, arte, música, drama, literatura, educação, moralidade sexual, tecnologia, diversões infantís, e por aí afora.
As expressões culturais se caracterizam como anarquistas quando entendidas como um ataque deliberado, direto, ou quando subverte tendências mais tradicionais das formas de cultura que promovem valores e atitudes autoritárias, particularmente de dominação e de exploração.
Uma novela que retrata o mal do militarismo pode ser considerada como anarquismo cultural se retrata o modelo de que "guerra é inferno" e mostra aos leitores como o militarismo se conecta com as instituições autoritárias (p.e. capitalismo e estatismo) ou métodos de condicionamento autoritários (i.e. baseados em valores das tradicionais famílias patriarcais). Ou, conforme John Clark expressou, o anarquismo cultural "implica no desenvolvimento das artes, media, e outras símbólicas formas de expressão que expõem os mais variados aspectos do sistema de dominação contrastando com um sistema de valores baseado na liberdade e na comunidade."  [The Anarchist Moment: Reflections on Culture, Nature and Power]
O anarquismo cultural é importante -- senão essencial -- por causa dos valores autoritários que permeiam todo o sistema de dominação que vai da política à economia. Esses valores jamais serão erradicados mesmo em processos combinados de revolução política e econômica se não forem também acompanhados por profundas mudanças psicológicas na maioria da população.
A aquiescência maciça no corrente sistema tem raíz na estrutura psíquica do ser humano (sua "estrutura de caráter", para usar a expressão de Wilhelm Reich), que é produzida por muitas formas de condicionamento e socialização que tem se desenvolvido na civilização autoritária-patriarcal durante os últimos cinco ou seis mil anos. Em outras palavras, mesmo se o capitalismo e o estado acabassem amanhã, as pessoas se empenhariam logo em seguida em criar novas formas de autoridade para substituí-los. Através da autoridade -- um forte líder, um comandante, alguém que desse ordens e que nomeasse alguém para a responsabilidade de pensar pelos outros -- personalidades submissas/autoritárias se sentem mais confortáveis. Infelizmente, a maioria dos seres humanos temem a real liberdade, e consequentemente, não sabem o que fazer com ela -- a prova disso é a longa lista de revoluções e de movimentos libertários que fracassaram quando os ideais revolucionários de liberdade, democracia, e igualdade foram desprezados rapidamente, dando lugar a uma nova hierarquia juntamente com novas classes governantes. Esses fracassos são geralmente atribuidos às maquinações de políticos e capitalistas reacionários, e também às vascilações dos líderes revolucionários; mas os políticos reacionários atraem seguidores pelo simples fato de que acham um solo favorável para fazer crescer seus ideais autoritários na estrutura do caráter das pessoas ordinárias. Como pré requisito de uma revolução anarquista é necessário um período de elevação do nível de conscientização em que as pessoas gradualmente tornem-se avessas à prática submissa/autoritária em seu meio, veja como tais práticas são reproduzidas pelo condicionamento, e compreenda como elas podem ser mitigadas ou eliminadas através de novas formas de cultura, particularmente novos métodos de educação e de cuidados para com as crianças.
Falaremos deste assunto mais profundamente na seção B.1.5
As idéias culturais anarquistas são apresentadas por quase todas as escolas do pensamento anarquista e a conscientização é considerada como parte essencial de qualquer movimento anarquista. Para os anarquistas, é importante "construir um  novo mundo no lugar do velho" em todos os aspectos de nossas vidas e criar uma cultura anarquista é parte dessa atividade. Alguns anarquistas, contudo, consideram a conscientização como insuficiente em si mesma e procuram combinar atividades de cultura anarquista com organização, usando a ação direta e a construção de alternativas libertárias em oposição à sociedade capitalista. O movimento anarquista caracteriza-se por combinar práticas de auto-atividade com trabalho cultural, com ambas atividades apoiando-se e ajudando-se mutuamente.

Existem anarquistas religiosos?

Sim, existem. A maior parte dos anarquistas se opõem à religião e à idéia de Deus como uma invenção anti-humana e uma justificação para o autoritarismo e escravidão, porém, muitos crentes em religião tem pautado suas idéias em conclusões anarquistas. Como todos anarquistas, esses religiosos anarquistas combinam a oposição ao Estado com uma oposição crítica à propriedade privada e à desigualdade. Em outras palavras, o anarquismo não é necessáriamente ateísta. De acordo com Jacques Ellul, "de acordo com os pensadores cristãos, o pensamento bíblico conduz diretamente ao anarquismo, a única posição "política anti-política" ." [citado por Peter Marshall, Demanding the Impossible, p. 75]
Existem variados tipos de anarquismo inspirados por idéias religiosas. Conforme Peter Marshall relata, a "primeira  expressão clara de uma sensibilidade anarquista pode ser encontrada nos taoístas da velha China por volta do sexto século AC" e no "Budismo, particularmente em sua forma Zen, ... teve... um forte espírito libertário."[Op. Cit., p. 53, p. 65] Alguns combinam idéias anarquistas com influências pagãs e espiritualistas. Contudo, o anarquimo religioso atualmene tomou a forma de anarquismo cristão, no qual vamos nos concentrar aqui.
Os cristãos anarquistas levam a sério as palavras de Jesus a seus seguidores de que"os reis e os homens importantes da terra dominam sobre o povo. Porém entre vocês é diferente" (Marcos 10:42,43). De forma similar, o dístico de Paulo de que "não há nehuma autoridade exceto Deus" é obviamente associada à autoridade estatal sobre a sociedade. Isto significa, para um verdadeiro cristão, que o Estado além de usurpar a autoridade de Deus tira de cada indivíduo a chance de se governar a si mesmo e de descobrir que (conforme o título do famoso livro de Tolstoy) o Reino de Deus está dentro de você.
De forma sililar, a pobreza voluntária de Jesus, seus comentários sobre os efeitos corruptores da riqueza e o clamor bíblico de que o mundo foi criado para a humanidad viver em comunhão, tem tudo a ver com a base da crítica socialista à propriedade privada e ao capitalismo. Somando-se a isto, a primitiva igreja cristã (que poderia ser considerada como um movimento de libertação de escravos, embora mais tarde tenha sido cooptada como religião de Estado) baseava-se na divisão em comum (comunista) dos bens materiais, um tema que continuamente aparece em movimentos radicais cristãos (suspeita-se que a Biblia teria sido usada para expressar as aspirações radicais libertárias dos oprimidos, e que, com o tempo, foi tomando a forma da terminologia anarquista e marxista). Veja o comentário de John Ball durante a Revolta Camponesa em 1381 na Inglaterra:
"When Adam delved and Eve span, 
Who was then a gentleman?" [Quando Adão plantava e Eva tecia, quem era o patrão?]
A historia do anarquismo cristão inclui a Heresia do Espírito Livre na Idade Média, quando muitos se levantaram em revolta como os Anabatistas no século XVI. Depois disto, a tradição libertária dentro da cristandade surge novamente nos escritos de Willian Blake no século XVIII e depois na obra do americano Adam Ballou produzida em 1854: Practical Christian Socialism,plena de conclusões anarquistas. Contudo, o anarquismo cristão só se tornou claramente reconhecido no movimento anarquista com a obra do famoso escritor russo Leon Tolstoy.
Tolstoy levou a sério a menságem da Bíblia e considerou que o verdadeiro cristão precisa se opor ao Estado. Com esta leitura da Bíblia, Tolstoy chegou a conclusões anarquistas:
"governar significa usar a força, e usar a força significa fazer para os outros o que certamente não gostaríamos que fosse feito para nós. Consequentemente, governar significa fazer aos outros o que não gostaríamos que os outros fizessem para nós, isto é, fazer o mal." [The Kingdom of God is Within You, p. 242]
Um verdadeiro cristão deve ser avesso a governar os outros. A partir dessa posição anti-estatista ele naturalmente passou a defender uma sociedade auto-organizada:
"Porque pensar que pessoas comuns não são capazes de auto-organizar suas vidas, e que governantes o farão não em proveito próprio mas em proveito dos outros?" [The Anarchist Reader, p. 306]
Tolstoy proclamava ação não-violenta contra a opressão, e via a transformação espiritual dos indivíduos como a chave para a criação de uma sociedade anarquista. Conforme Max Nettlau argumentava, a "grande verdade expressa por Tolstoy é que o reconhecimento do poder do bem, da bondade, da solidariedade - e de tudo que se chama amor - está dentro de nós mesmos, e que isto pode e precisa brotar, desenvolver-se e exercitar-se em nossa própria existência."  [A Short History of Anarchism, pp. 251-2]
Como todos os anarquistas, Tolstoy criticava a propriedade privada e o capitalismo. Da mesma forma que Henry George (cujas idéias, tanto quanto as de Proudhon, tiveram um forte impacto sobre ele) ele se opunha à propriedade da terra, arguindo que "não há nada que justifique a propriedade da terra, e sua consequente valorização, as pessoas não foram criadas para viver em espaços restritos, mas para ocupar a terra livre tão abundante no mundo" Contudo, "nesta luta [pela propriedade da terra] não são aqueles que trabalham na terra, mas aqueles que participam em um governo violento que saem ganhando." [Op. Cit., p. 307] Segundo Tolstoy os direitos de propriedade de qualquer meio de produção requer a violência do Estado para protegê-lo (a possessão é "sempre protegida pelos costumes, opinião pública, pelo senso de justiça e reciprocidade, nunca precisa ser protegida pela violência." [Ibid.]). Acrescentando, ele argumenta que:
"Dezenas de milhares de acres de terras cobertas por florestas pertencem a um único proprietário - enquanto que milhares de pessoas... precisam ser contidas pela violência. Criam-se fábricas e ofícios onde muitas gerações de trabalhadores são fraudadas. Enquanto que centenas de milhares de sacas de grãos, pertencentes a um só dono, aguardam os tempos de fome para serem vendidas pelo triplo do prêço." [Ibid.]
Tolstoy argumenta que o capitalismo conduz o indivíduo tanto à ruína moral como física, e que os capitalistas são "condutores de escravos." Ele considera impossível para um verdadeiro Cristão ser um capitalista, pois o "patrão é um homem cujo ganho consiste na supressão de valores pertencentes a trabalhadores cuja ocupação principal baseia-se em trabalhos forçados, contra a natureza humana"  portanto, "ele [patrão] arruina vidas humanas em proveito próprio." [The Kingdom Of God is Within You, p. 338, p. 339] Tolstoy qualifica as cooperativas como"atividade social onde a moral e o auto-respeito impedem pessoas que não querem fazer parte da violência, tomem parte nela." [citado por Peter Marshall, Op. Cit., p. 378]
A partir de sua oposição à violência, Tolstoy rejeita tanto o Estado como a propriedade privada e defende táticas pacifistas para dar um fim à violência dentro da sociedade e criar uma sociedade justa. Nas palavras de Nettlau, ele "defendia a . . . resistência ao mal; e à forma de resistência - pela força ativa - ele acrescentou outro caminho: a resistência pela desobediência, a força passiva." [Op. Cit., p. 251] Em suas idéias sobre uma sociedade livre, Tolstoy foi claramente influenciado pela vida rural russa e pelas obras de Peter Kropotkin (como Fields, Factories and Workshops), J. P. Proudhon e do não anarquista Henry George.
As idéias de Tolstoy tiveram uma forte influência em Gandhi, que inspirou muita gente em seu país ao uso da resistência não-violenta para acabar com o domínio britânico da Índia. Aparentemente, a visão de Gandhi de uma Índia livre enquanto uma federação de comunas é similar à visão anarquista de Tolstoy de uma sociedade livre (embora tenhamos clareza de que Gandhi não foi um anarquista). OCatholic Worker Group nos Estados Unidos foi também fortemente influenciado por Tolstoy (e Proudhon), assim como por Dorothy Day, uma destacada anarquista e pacifista Cristã fundadora do jornal Catholic Worker em 1933. A influência de Tolstoy e do anarquismo religioso em geral pode também ser encontrado nos movimentos ligados à Teologia da Libertação nos países latinos e na América do Sul que combinam idéias cristãs com ativismo social em meio às classes trabalhadoras e marginalizados (embora não haja dúvida que a Teologia da Libertação em geral inspira-se mais em um Estado socialista que em idéias anarquistas).
Em países onde a Igreja controla de fato o poder político, como a Irlanda, partes da América do Sul, e Espanha, que exerceu grande influência em todo século XIX e no começo do século XX, os anarquistas foram fortemente anti-religiosos porque a Igreja tinha o poder de reprimir a dessidência e a luta de classes. Tanto que, quase todos anarquistas eram ateístas (e concordavam com Bakunin que se Deus existisse seria necessário, para a liberdade e dignidade humana, aboli-lo), existe uma tradição minoritária dentro do anarquismo que desvincula conclusões anarquistas da religião. Nesta mesma direção, muitos anarquistas sociais consideram o pacifismo tolstoyano como dogmático e extremo, vendo a necessidade (algumas vezes) do uso da violência para resistir a um grande mal. Contudo, muitos anarquistas concordam com tolstoyanos no que se refere à necessidade de uma transformação dos valores individuais como o aspecto chave para a criação de uma sociedade anarquista, e da importancia da não-violência enquanto tática geral (embora, convenhamos, seja raro o anarquista que rejeite totalmente o uso da violência na auto-defesa, quando não restar outra alternativa).
 

Que é "anarquismo sem adjetivos"?

Nas palavras do historiador George Richard Esenwein, "anarquismo sem adjetivos"em seu sentido lato "refere-se a uma indiscutível forma de anarquismo, uma doutrina sem qualquer etiqueta de qualificação como comunista, coletivista, mutualista, ou individualista. Para outros, . . .  isto simplesmtente significa uma atitude de tolerancia e de coexistência diante das diferentes escolas anarquistas."[Anarchist Ideology and the Working Class Movement in Spain, 1868-1898, p. 135]. O criador dessa expressão foi o cubano Fernando Tarrida del Marmol que a utilizou em novembro de 1889 em Barcelona. Ele dirigiu suas palavras aos anarquistas comunistas e coletivistas na Espanha os quais a cada dia que passava acirravam cada vea mais os debates sobre os méritos de suas respectivas teorias.
"Anarquismo sem adjetivos" era uma tentativa de mostrar grande tolerância entre as tendências anarquistas e deixar claro que os anarquistas não imporiam um plano econômico preconcebido em cima de ninguém -- mesmo em teoria. Essas preferências econômicas dos anarquistas seriam de uma "importancia secundária"diante da abolição do capitalismo e do estado, e através da livre experimentação com base em uma sociedade livre. Esta perspectiva teórica conhecida como"anarquismo sin adjetives" foi produto de um intenso debate no meio do próprio movimento. As raízes deste argumento podem ser encontradas no desenvolvimento do Anarco-comunismo depois da morte de Bakunin em 1876. De forma não muito diferente dos anarco-coletivistas (como pode ser visto na famosa obra de James Guillaume "On Building the New Social Order" na referência aBakunin on Anarchism, os coletivistas não concebiam seu sistema econômico envolvido com um livre comunismo), os anarco-comunistas desenvolveram, produziram e enriqueceram a obra de Bakunin, da mesma forma que Bakunin desenvolveu, produziu e enriqueceu a obra de Proudhon. Os Anarco-comunistas se associaram com anarquistas como Elisee Reclus, Carlo Cafiero, Errico Malatesta e (o mais famoso) Peter Kropotkin. Rapidamente, as idéias anarco-comunistas se espalharam entre os anarco-coletivistas como a mais forte tendencia na Europa, exceto na Espanha. Aqui o assunto principal não foi a questão do comunismo (Ricardo Mella é um caso a parte) mas uma questão de modificação da estratégia e da tática influenciada pelos anarco-comunistas. Nessa época (1880 e anos seguintes), os anarco-comunistas se dedicaram a estabelecer células locais de militantes anarquistas, geralmente em oposição ao sindicalismo (embora Kropotkin não tenha sido um desses pois reconhecia a importancia dos trabalhadores nessas organizações) quando não adotavam uma postura anti-organização. Como era de se esperar, após muitas discussões mudaram de estratégia e de tática diante dos coletivistas espanhóis que apoiavam vigorosamente a organização e a luta da classe trabalhadora. Este conflito logo se espalhou para fora da Espanha e a discussão encontrou seu caminho nas páginas doLa Revolte em Paris. Isto fez com que muitos anarquistas concordassem com os argumentos de Malatesta que "não cabe a nós a palavra final, tudo não passaria de uma mera hipótese."  [quoted by Max Nettlau, A Short History of Anarchism, pp. 198-9]. Com o passar do tempo , a maioria dos anarquistas concordaram (usando as palavras de Nettlau) que "não podemos prever o desenvolvimento econômico do futuro" [Op. Cit., p. 201] e chegaram à conclusão de que aquilo que tinham em comum (oposição ao capitalismo e ao estado) era mais importante que suas diferentes visões de como uma sociedade livre deveria funcionar. Com o passar do tempo, a maioria dos anarco-comunistas viram que ignorar o movimento operário não enriqueceria a classe trabalhadora e que embora divergindo dos anarco-coletivistas, todos estariam juntos, lado a a lado, após a revolução. De forma semelhante, nos Estados Unidos o debate foi ainda mais intenso entre os anarco-comunistas e os individualistas. Benjamin Turcker chegou a dizer que os anarco-comunistas não erama anarquistas enquanto que John Most dizia quase a mesma coisa sobre as idéias de Tucker. Apenas pessoas como Mella e Tarrida defendiam a idéia da tolerancia entre os grupos anarquistas, segundo Voltairine de Cleyre"chame a você mesmo apenas de 'anarquista' e procure como Malatesta por um 'anarquismo sem adjetivos', mesmo na ausência de governo muitos diferentes projetos experimentais provavelmente serão implementados nas mais variadas localidades até que se encontre o caminho mais apropriado." [Peter Marshall,Demanding the Impossible, p. 393]
Tais debates tiveram um profundo impacto no movimento anarquista, conforme pode ser verificado em anarquistas como Cleyre, Malatesta, Nettlau e Reclus que adotaram a perspectiva da tolerancia incorporada na expressão "anarquismo sem adjetivos" (veja A Short History of Anarchism de Nettlau, pags. 195 a 201, um excelente resumo deste tema). 
Importante destacar também, a posição dominante dentro do movimento anarquista hoje é de que a maioria dos anarquistas reconhecem o direito das outras tendências ao nome "anarquista" tendo, obviamente, suas próprias preferências para com relação a tipos específicos de teoria anarquista e seus próprios argumentos que as justifiquem. Contudo, é importante lembrar que as diferentes formas de anarquismo (comunismo, sindicalismo, religioso, etc) não são mutuamente exclusivas e você não é obrigado a apoiar nem a combater ninguém. Esta tolerância se reflete na expressão "anarquismo sem adjetivos". Para finalizar, alguns "anarco"-capitalistas estão tentando usar a tolerância associada com "anarquismo sem adjetivos" para justificar que sua ideologia seria aceita como parte do movimento anarquista. Ora, eles afirmam, anarquismo é apenas e tão somente se opor ao estado, questões econômicas são questões secundárias. Contudo, o uso de "anarquismo sem adjetivos" é válido desde que o tipo de economia a ser alcançada seja anti-capitalista (i.e. socialista). Em outras palavras, o fato é que o capitalismo tem que ser abolido tanto quanto o estado e uma vez feito isso o próximo passo será desenvolver a livre experimentação. Explicando melhor, a luta contra o estado é apenas uma parte da dura luta pelo fim da opressão e da exploração e não pode ser isolada delas. Como os "anarco"-capitalistas não desejam a abolição do capitalismo tanto quanto o estado eles não são nem anarquistas nem "anarquistas sem adjetivos" nem tampouco podem se proclamar "anarquistas" capitalistas (veja seção F sobre porque o "anarco"-capitalismo não é anarquismo).
http://cirandas.net/anarquismo/faq-anarquista/introducao/quantos-tipos-de-anarquismos-existem

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